quinta-feira, 31 de março de 2011

Questões do Imaginário

Nesta quarta-feira, o professor Paes Loureiro deu-nos mais uma aula sobre as questões do imaginário. Nesta aula, nós respondemos a um enigma que ele havia nos passado aula passada, perguntando qual era o barco de Teseu.
O enigma era assim: Teseu havia conquistado uma ilha, e sempre que possível, ele iria visitar a ilha conquistada em seu barco. Porém, ao chegar na ilha, Teseu percebeu que seu barco estava ficando velho. Sendo assim, resolveu trocar as partes velhas, por novas (madeiras, pregos, etc).
Entretanto, sua mãe, com pena de jogar as velhas partes de antigo navio fora, resolveu guardar todas as partes substituídas em uma porão.
Quando Teseu refez o seu barco com as peças novas, sua mãe mandou fazer o mesmo barco com as peças antigas.
No final, o professor perguntou, qual é o barco de Teseu? Qual deles possui a identidade de Teseu?
A resposta: em termo de propriedade, os dois. Porém, apenas um possuia sua identidade, ao qual era o primeiro.
Ao continuar com a aula, o professor nos passou em sala de aula, trechos de um filme chamado Bodas de Sangre (Bodas de Sangue). O filme conta a história de um grupo de dança que se prepara para apresentar-se em uma sala de ensaios. O grupo de dança irá apresentar-se sobre uma história de um casamento cigano, onde a noiva foge com o amante e o noivo traído vai atrás deles por vingança. Causando a morte de noivo e do amante.
Com isso, nós podemos refletir sobre a postura que o ator incorpora em cena (o que é muito importante, pois esta, representa o personagem, o incorpora). Nós também debatemos sobre a maquiagem que é muito importante, pois o ator acaba construindo a personagem em si mesmo.
Também aprendemos sobre a tradição do imaginário, o qual nutre o comportamento/costume/compreensão de um lugar. Neste caso, a tradição do imaginário cigano.
O imaginário do qual falamos parte apenas de uma pessoa e assim é passada oralmente para cada pessoa de uma civilização, e então aquela civilização começa a pensar como um todo. Um imaginário social.
O imaginário é popular. E ele apenas surge da sua realidade. Do seu âmbito social.
A realidade e o imaginário sempre andam juntos. Não tem como um ser independente do outro. E existe a capacidade de uma pessoa mudar o seu imaginário, porém, isso leva tempo. Entretanto, pode ser mudado drasticamente, se necessário. Com por exemplo, a escravização dos negros. O seu imaginário foi mudado drasticamente.
Para habituar-se é preciso de convivência, o mesmo caso da mudança do imaginário. É preciso convivência para aceitar a mudança e querer mudar. Caso contrário, a mudança não irá ocorrer em âmbito nenhum.
Existem dois tipos de imaginário:
- Simbólico: que dá origem ao mito, às artes, à religião, etc. É um imaginário mais sofisticado que não quer dar exemplos, mas sim tentar mostrar sua beleza, sua aparência, sua essência. E para isso eles usam de vários artifícios. Para esse tipo de imaginário, sua essência está na aparência. Por onde é percebida várias vezes.
- Formal: que dá origem ao real e ao imaginário. Que estão sempre andando juntos. Um dependendo do outro.

Nós também aprendemos sobre o tipo de narrador:
- Marujo: conta as histórias do que está distante; Ele é conhecido como narrador do espaço.
- Lavrador: conta as histórias do passado. Ele é conhecido como narrador do tempo e da memória.
Em Belém, o tipo de narrador predominante, é o narrador marujo. Os paraenses são capazes de envolver-se mais com as histórias de lugares distantes, do que com as histórias que estão ao seu redor.

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