terça-feira, 9 de agosto de 2011

Curso Técnico

Hoje foi o primeiro dia de aula da disciplina do curso técnico Dramaturgia I, ministrada pela professora Valéria Andrade. Ela começou esclarecendo a disciplina e como a aula será ministrada (duração, dia da aula, o que é a dramaturgia em si, etc).
Começamos com a diferença entre Dramaturgo e Dramaturgia, onde o primeiro, seria aquele que escreve uma peça para um grupo teatral e o segundo, é aquele que participaria de um grupo teatral e com a participação de atores e do diretor e escreve uma peça. Meios diferentes, com um mesmo objetivo: compor uma peça teatral, utilizando técnicas ou poéticas da arte dramática que procura manter os princípios de construção da obra. Procurando distinguir duas estruturas:
  • Estrutura Interna: narrativa, enredo, fábula, caráter, conflito, etc.
  • Estrutura Externa: cena, encenação, representação teatral, etc
As técnicas citadas acima eram regras básicas no período clássico para compor uma peça.
Comecemos a aprofundar ainda mais o conhecimento sobre Dramaturgia começando com a:
  • Dramaturgia Clássica:
  1. Exame da estrutura narrativa da obra;
  2. Exposição ou Prótase: no período clássico, era comum o uso de elementos variados para expor uma peça (algo parecido com uma introdução). Em algumas era possível ver o coro com esse trabalho. Mas nem todas a peças usavam o coro. Outro elementos eram utilizados. E outras nem mesmo utilizavam tais elementos. A ideia/mensagem/informação da peça o espectador conseguia captar assistindo-a.
  3. Nó e desenlace: o Nó era uma preparação que o espectador tinha para saber que um conflito entre os personagens da trama; O Desenlace era quando o conflito chegava ao seu fim e havia o entendimento entre os personagens;
  4. Conflito
  5. Epílogo: na dramaturgia Clássica era obrigatório a existência dessa categoria. No epílogo, dramaturgo não seguia uma lógica com as estruturas interna ou externa. Tratava-se de um "extra". Hoje, o epílogo já não é obrigatório.
  • Sentido Brechtiano:
No teatro dramático, o conteúdo da dramaturgia deveria causar uma identificação com o espectador. Ou seja, deveria gerar a catarse. Quando o ator com o seu personagem consegue com que o espectador se identifique com uma cena. Seja ela qual for. Podendo gerar risos, lágrimas, raiva, etc.
Brecht dizia que suas obras não cabiam na dramaturgia clássica pois ele queria causar reflexão e não identificação. Sendo assim, ele rompe com a dramaturgia clássica e cria a dramaturgia épica.
Ele dizia que forma e conteúdo (encenação e texto) deveriam andar juntos.
  • Dramaturgia como atividade:
  1. Sentido mais recente. Engloba texto e realização cênica (forma e conteúdo).
  • Para Barba:
Tudo é dramaturgia. Exemplos: sons, luzes e mudanças no espaço; episódios da história; espaços de tempo; objetos; relações, interações; tudo o que trabalha com a atenção de espectador.
O texto é dramaturgia. Mas se completa com o teatro. Ela precisa da cena. Sem a representação, ela não é completa (dramaturgia).
O texto não é o mais importante. Mas é importante secundariamente.
  • Dramaturgo/autor dramático:
  1. Dramaturgia de Hamburgo (1767): distinção entre o que escreve e o que prepara a realização cênica das peças.
Leituras recomendadas:
  1. A ideia do Teatro, Ortega y Gasset, José;
  2. Dramaturgia pessoal do ator, Lima, Wlad
  3. Moderna Dramaturgia Brasileira, Magaldi, Sábato
  4. Dicionário de Teatro, Patrice, Pavis

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